Mudanças no perfil do contador são influenciadas fortemente pela tecnologia e levam à procura por novos segmentos de atuação
Eles dominam recursos tecnológicos, como internet, telefonia celular e softwares dos mais variados tipos. São capazes de conduzir tarefas simultâneas. Tem aversão a trabalhos sem resultado mensurável. Esta nova geração, chamada de Geração Y, composta essencialmente por jovens na faixa etária dos 18 aos 30 anos, possui algumas características marcantes que têm provocado mudanças importantes no mercado de trabalho.
Empresas que apostam na formação de novos talentos, como é o caso das auditorias e consultorias, conhecem bem esse perfil. Dessa geração, não se espera paciência e compreensão ao explicar regras de promoção na empresa, baseadas na sucessão ou aposentadoria de seus atuais gestores. Eles querem tudo ao mesmo tempo e, de preferência, agora.
A partir deste cenário, o perfil do jovem profissional contábil também sofreu suas variações. Ele é mais eclético e possui alta capacidade de interação com profissionais de outras áreas. É um trabalhador com a atenção voltada para outros segmentos da empresa e do mercado, e não mais apenas focado nos balancetes, contas a pagar e tributos. Esta é marca do jovem contador, ou dos contadores com espírito jovem, segundo define o professor João Marcos Leão da Rocha. “Hoje ele tem que saber que tipo de informação ele terá que fornecer ao gestor da empresa para que ele tome decisões imediatas”, afirma.
A globalização possibilitou que os fatos que acontecem do outro lado do mundo afetem os negócios no Interior do Rio Grande do Sul, fato que obriga os profissionais a se manterem bem informados e dominarem outros idiomas, como o inglês.
Estes pré-requisitos surgem porque qualquer empresa de médio ou grande porte que procura jovens contadores para cargos de liderança tem interesse por pessoas com capacidade de formar opinião. “Isso implica ter forte liderança e atualização constante”, afirma o professor, que lida há mais de duas décadas com estudantes.
A influência da tecnologia na formação também é decisiva. Conforme Rocha, o contador de 20 anos atrás era um especialista em encontrar diferenças em balanços, atividade que hoje pode ser desempenhada por um software. Isso está mudando o perfil do profissional e as funções em que ele vai se especializar. Entre as áreas mais procuradas, estão a contabilidade pública - em decorrência da estabilidade - auditoria, custos, mediação e arbitragem, além do magistério, que demanda especialização.
Geração Y muda ambiente de trabalho nas companhias
No mercado de auditoria, onde um trainee tem em média 23 anos e muitos acabam de sair da faculdade, não há mesmo como negar a presença cada vez maior da Geração Y. Segundo o diretor de operação e de recursos humanos da Terco Grant Thornton, empresa do ramo de auditoria e consultoria, Marcelo Gonçalves, o que, para muitos, ainda é uma tendência a ser estudada, para empresas do segmento contábil é uma realidade cada vez mais presente. “Considerando o plano de carreira acelerado da profissão, logo eles ocuparão cargos de liderança e direção, se já não ocupam”. Ele acrescenta que, se, por um lado, esta geração esbanja disposição, falta-lhe experiência e maturidade. “Seus conhecimentos de internet e capacidade de conduzir multitarefas podem ser confundidos com distração e falta de foco. E sua informalidade com insubordinação”. É exatamente nesses pontos que, segundo o consultor, os jovens precisam se concentrar se realmente almejam uma rápida ascensão dentro das auditorias e consultorias.
A Geração Y cresceu ouvindo termos como responsabilidade social, crescimento sustentável, globalização, ética e transparência, explica o consultor. “Estes valores estão presentes em suas crenças e eles não esperam nada menos do que isso de seus superiores e das organizações que representam. Do contrário, rapidamente se moverão, na mesma velocidade em que sua rede pessoal de contatos flui.”
Esta situação obriga as empresas a reverem suas posturas. Segundo Gonçalves, a nova dinâmica tem exigido uma resposta consciente das companhias, adaptando seus processos à nova realidade. “Não se trata de uma onda ou de uma tendência, mas sim do processo de evolução. Afinal, a Geração Y não está à nossa porta, mas está dentro de nossas empresas”, concluiu.
Política jovem no Conselho Regional
Com o objetivo de trabalhar com os estudantes de Contabilidade e profissionais que estão iniciando a sua carreira, buscando a valorização da profissão e a aproximação com a entidade de classe, um grupo de jovens contadores reúne-se periodicamente nas instalações do CRC-RS. Eles são em torno de dez participantes que discutem e organizam eventos voltados para jovens contabilistas, como palestras e aulas inaugurais nas instituições de Ensino Superior. Também respondem dúvidas sobre o futuro da profissão ou a atuação do jovem no mercado de trabalho.
Representante do grupo, o contador Márcio Schuch da Silveira, de Guaíba, tem 32 anos e possui cinco contadores na família. Professor universitário, ele trabalha com assessoria contábil e não nega que a influência da família foi determinante na escolha da profissão. No entanto, explica que essa realidade está mudando. Segundo ele, antigamente, quem ingressava no curso de Ciência Contábeis eram pessoas de nível econômico mais baixo, ou que tinham contadores na família.
Agora, a profissão está mais valorizada, e passa a ser procurada por pessoas que vislumbram na contabilidade um futuro repleto de oportunidades de trabalho. O avanço tecnológico, na visão dele, foi o responsável pelo crescimento na profissão.
Também integrante do CRC Jovem, a contadora Clarissa Menezes diz que a opção pelas Contábeis veio desde muito cedo, quando ela já se preocupava com questões financeiras. Para a jovem, o principal desafio é transmitir credibilidade. “Não basta ser, deve-se parecer ser”. Ela salienta o fato de que, como jovem e mulher, as dificuldades se acentuam. “Concluí a graduação com 22 anos e meu principal desafio era demonstrar que podia reunir as competências técnicas necessárias para atender aos grandes clientes e representar bem a empresa na qual atuava”, afirma.
Os desafios em questão também se apresentam como oportunidades. Segundo ela, enquanto os mais experientes correm atrás de capacitação profissional para atuar neste novo cenário, os jovens contadores saem na frente, já que trazem dos bancos escolares a nova contabilidade “fresca na memória”.
Escola de empreendedores ensina gestão de finanças
Na empresa PS Júnior, estudantes da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) são ensinados a lidar com a contabilidade e diversos segmentos de uma empresa prestando consultoria para terceiros. Na prática, os alunos aprendem noções de planejamento e educação financeira, entre outras atividades.
Diretora de finanças da PS Júnior, a estudante do 4º semestre Vivian Passos Canary, de 19 anos, conta que os integrantes da empresa realizam muitos projetos na área financeira. Como responsável pelo setor, ela é encarregada de atividades como fluxo de caixa, controle do dinheiro, emissão de notas fiscais, pagamentos e investimentos.
Com foco na assessoria de micro e pequenos empresários, o estímulo ao empreendedorismo é um ponto forte da PS. Formada por participantes voluntários, tem como pré-requisito de seus participantes a sede de conhecimento. “Ao sair daqui, muitos jovens abrem seus próprios negócios depois”.
A pouca experiência de Vivian já demonstrou a ela que a principal dificuldade dos empreendedores é em relação à questão financeira.
A contadora Liliane Dutra da Silva, que junto aos funcionários da Kontrolle Assessoria Contábil presta assessoria para a PS Júnior, fala sobre os desafios para os jovens que atuam com a contabilidade. “A grande questão é saber ajudar seus clientes a interpretar os fatos ocorridos contabilmente para que possam tomar uma decisão correta na parte administrativa”, afirma. Para ela, a questão de organização é visível e muito importante, porque quando se trabalha com prazos é essencial que se tenha tudo planejado para evitar problemas posteriores.
Fonte: Blog do Jose Adriano
Programa de Estágio IOB 2010
Jovens Talentos IOB é um programa para a preparação de novos profissionais, tendo como meta a capacitação e o desenvolvimento de carreira dos estagiários, preparando-os para responder aos desafios atuais e futuros da empresa.
Saiba mais sobre o programa aqui.
Sangue novo no mercado
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postado:
terça-feira, junho 01, 2010
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ResponderExcluirA iniciativa de programas como o Jovens Talentos IOB é essencial para a preparação da nova geração de profissionais, especialmente para aqueles da Geração Y, que têm se destacado pela habilidade com tecnologia e capacidade de adaptação a novos desafios. Como bem observado, a contabilidade e o mercado de auditoria estão cada vez mais exigindo profissionais dinâmicos e atualizados, capazes de tomar decisões rápidas e assertivas. Investir no desenvolvimento desses jovens talentos é um passo importante para garantir que as empresas se mantenham competitivas no futuro. Para mais informações sobre programas de estágio e oportunidades no mercado, vale a pena conferir o link https://cbet-gg.br.com/.
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ResponderExcluirabogado de dui cerca de mí va